sábado, setembro 16, 2006


Meu Bem

Vou começar a postar semanalmente. Decidi. Não tenho muita atividade mesmo e escrever ocupa um pouco meu tempo ocioso. Não quero, neste blog, ter o compromisso de escrever coisas profundas...Quero a superficialidade, meu bem!
Meu bem! Adoro dizer "meu bem". Disse pouco na vida. Existem palavras que devemos usar pouco para não gastar com pessoas erradas: Eu te amo, por exemplo, é terminantemente proibido no meu vocabulário. Eu te adoro? Muito menos! Não adoro nada. Adoração é fanatismo! Eu te odeio? Muito forte e mexicano! Jamais vou dizer eu te odeio, posso dizer isto e descobrir mais tarde que a pessoa que proferi esta frase trágica nem é tão odiada assim, posso descobrir que ela é a pessoa errada para ouvir.
Meu bem. "Meu bem" é superficial. Posso chamar a garçonete de meu bem, a minha cadela de meu bem, meu espelho de meu bem...Posso discutir com uma vendedora de loja e dizer: meu bem, acho que você me vendeu uma camisa falsificada!Pois então, meu bem, que bom que você entrou para ler esta banalidade que é meu blog. Banal, pobre, sem conteúdo, narcisístico, repetitivo, meu bem!
Seja benvindo(a), meu bem!___________________________________________________________
Ócio da cidade pequena

Para preencher meu ócio também fui ao centro da cidade. A cidade é pequena. Eu vejo os mesmos rostos. Passo repetidas vezes pelos mesmos lugares e descubro que sou um débil mental.
Qual a utilidade de caminhar duas, três, quatro horas no mesmo centro da cidade! Qual? De enxergar os mesmos rostos tão enjoativos quanto o meu? De ver aquele mesmo pipoqueiro, aquele mesmo vendedor de doces, aquela mesmíssima banca de ambulante com seus relógios paraguaios e seus óculos de sombra que estragam a minha visão? E eu compro! Eu compro as mesmas coisas, as mesmas porcarias! Por quê?
Tenho pensado nas mesmas pessoas, comido as mesmas iguarias, escrito as mesmas coisas!
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Minha amiga que já não é mais

Tenho alguns amigos que já não são mais. Alguns morreram, outros estão bem vivos. Os que morreram deixaram de ser amigos porque deixaram de existir na terra e eu não quero cultuar amizades do além, pelo menos por enquanto.
Os que estão vivos e deixaram de ser amigos arrumaram outros amigos e me esqueceram, outros arrumaram amigos químicos e estimulantes e quase me enlouqueceram, outros tiveram a audácia de pedir que eu escolhesse um amigo ou outro e isto não posso fazer.
Minha amiga que já não é mais. Pois é. Ela era parte de mim. Uma parte artística, casada com minha alma literária. Era reticente e desleixada com minha parte humana, mas eu amava a amizade artística nossa. Era isso o que eu queria e sentia amor neste enlace.
Um dia, um guerreiro de terras medievais fez minha amiga se apaixonar por ele. Ela está trancada no castelo e nunca mais vai me ouvir recitar poemas ou escrever coisas para a alma atriz que ela tem.
Amiga que já não é mais...Saudade!
------------------------------------------------------------------------------------------- Banalidades Cênicas e o Diretor famoso ou como minha obra-prima da "comédia trash" se transformou em obra hermética e elitizada.
Este flog tá muito pesado. Já disse que quero superficialidade, mas o teclado não deixa e minhas mãos são feras indomáveis. Pois eu tenho vontade de matar as feras e escrever espetáculos abominavelmente triviais. Quero falar da vagina, do pênis, do funk, da mulher de chicotinho, do homem broxa e tantas outras histórias escatológicas e tão engraçadas. Como as pessoas gostam de rir quando vêem estas coisas em cena!
Dia desses mandei um texto meu que considero a minha obra prima da comédia escatológica. Superei-me neste texto absurdamente idiota e olha a resposta que recebi deste diretor famoso no Rio de Janeiro:"Olá Charlie,"Origem da Vida" é muito bem escrita, inteligente, bem engendrada! Mas muito hermética tb! Infelizmente vivemos num país sem cultura. Gostei muito do que li, mas acho que para o seu texto virar espetáculo algumas coisas deveriam ser diferentes. A peça é muito elitizada e hj estamos no momento das"facilidades" ( rs! ), o q é muito triste!Se engana qd acha q prefiro as comédias. Prefiro o bom teatro, todos os gêneros! É q ultimamente tenho dirigido espetáculos mais leves! Mas AMO O TEATRO como um todo!"Não sei se considero isso um elogio ou um deboche! O que você acha *Bartira?* Bartira: amiga cênica que discutiu comigo, semanas antes de eu receber o email do diretor famoso, a banalidade e pobreza das produções de comédia
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Poema para finalizar porque estou cansado! (Ele já estava pronto e acho que cabe muito bem no blog desta semana)

Shopping Centers
Shopping Centers têm de tudo:roupas, livros, jóias, pessoas e lanches.
Nudez, ignorância, humilhações, bichos e fome.
Porteiros, vendedores, consumistas, inferiores.
Decoração, donos de loja, grandes compradores e alta sociedade.
Tem maldade, desilusão, shopping centers são prisões demasiadamente sedutoras.
Moças de saia curta, rapazes atléticos, senhoras de fino trato.
Há trapos, ratos e aidéticos...
Vitrinas, latrinas, requinte e resíduos.
São americanos, enganosos, e tão gostosos os shopping centers !
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Quem quiser encomendar textos herméticos e elitizados, comentar algo, aí vai meu e-mail:
charlie.rayne@gmail.com