sexta-feira, março 21, 2008



Pois fazia um tempo grande que eu não postava meus escritos. Como dizem, eu estava de molho. Senti-me uma iguaria italiana chafurdada num molho vermelho, curtindo os temperos que são a receita de bons pratos e péssimas digestões. Pois hoje resolvi sair do molho e me servir a vocês...Boa alimentação e péssima digestão para todos!


Sobre a Digestão

Quem come demais, passa mal. Todo excesso gera mal estar. Mas o que seria da nossa (re)construção sem esses exageros que cometemos de vez em quando? Somos eternas crianças que, orientadas pelos pais para evitarem subir telhados e riscar fósforos, continuam fazendo o que é errado e acabam descobrindo a dor.
Tenho descoberto muita dor, fruto de anos de coisas exageradas, impensadas e não necessariamente quistas por mim. Pois é. Tive uma péssiam digestão e vomitei todo ser antigo que fazia morada no meu corpo. Viva a digestão conturbada. Descobri a lição: Você é o que você come!
Não pensem que quero que vocês evitem os excessos! Não! Quero que cometam essas atrocidades até descobrirem que viver bem é comer na medida certa! A lucidez aconteceu comigo. Vai acontecer com vocês!

Ela me disse...

Ela me disse que sentia saudade do ser louco que existia em mim. Disse que sentia saudade dos meus comentários ácidos, da minha bebedeira infame e da minha volu bilidade no amor. Olhei para ela e vi que eu não sentia falta daquele ser insuportável que existia em mim. Senti que eu havia crescido e ela ainda era uma criança esperando, implorando para não se desapegar de sua própria loucura. Era medo de crescer, de olhar o mundo real. Hoje sei que a loucura é a mais destrutiva máscara que usamos para fugir de nós mesmos.

Vou te contar que venho de longe...

De um tempo onde o sonho não se escondia na aba de um chapéu vagabundo.
Sou d eum tempo das risadas de bordel, das cantorias, das frias noites embaladas por velas e véus.
Venho de um tempo em que a prostituta era prostituta e a spessoas não se vendiam por um simples pastel.
Dignidade, honra! Venho do tempo em que os bêbados eram românticos e não existia Física Quântica.
DE um tempo venho e me esqueci de lembrar de que ele já se foi.

Charlie Rayné

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Enfim, o prazer de suas palavras!
Vejo que vc está matando uns demônios que existiam em vc, parabéns por tua coragem.
Só espero que vc não confunda o demônio com a criança. O demônio apronta e nos faz mal, nos agride, nos deprime. A criança por mais sapeca que seja, é sempre leve, inocente. Não devemos matar a criança que existe em nós, eu já tentei matá-la pensando que ela fosse um demônio, quando na verdade ela precisa apenas ser cuidada, pois a vida sem ela é muito sem graça.
Espero que vc cuide de sua criança e a separe dos seus demônios. Com crianças ou demônios, pra sempre serei tua fã. E que continue na busca do seu melhor, sem se preocupar em ser uma metamorfose ambulante. Viver é isso aí.

22 março, 2008  
Blogger Fernando Martinez said...

bem interessantes alguns textos




fernando martinez

02 maio, 2010  

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