segunda-feira, maio 17, 2010


Avesso
Há tantas coisas que preciso dizer...
Dizer que tudo isto me deixa do avesso.
Que atravesso lugares desconhecidos, que incendeio em chamas invisíveis.
Mísseis a toda hora.
Vísceras expostas.
Mesa posta sem comida.
Missa corrompida, sem hóstia.

Preciso dizer que grito e ninguém me ouve.
Hoje, ontem e amanhã...O que será? Venha me dizer onde estão as vozes de você!

Se eu disser que estou vendado, vendido para o que nem sei, para quem nem me vê e tampouco avisto?
Estou no risco, no traço não concluído, no vício, no cisco que insiste em me desfocar...Tudo isto! Isto tudo!

Vou contar as estrelas que nem avisto...
As luas que não contemplo?
Brincar de cabra cega, tentar decifrar o vento?

Sem saber o que será, o que serei, o que terás, o que terei, o que poderia ter sido se não fosse esse maldito e inexorável destino.

Não tenho tino para o inconcreto, não quero ser arquiteto do desconhecido!

(Charlie Rayné)

4 Comments:

Anonymous Anônimo said...

realmente um texto lindo...q poeta...toda mulher gostaria de algo assim.

17 maio, 2010  
Anonymous Anônimo said...

lindo, lindo, lindo, lindo...
Que artista maravilhoso! Que escrita linda.
bj
andria freitas
andria.freitas@gmail.com

09 junho, 2010  
Anonymous Anônimo said...

Sou de Minas, Araxá, e por acaso, fazendo pesquisas de blog, cheguei ao teu. Que surpresa ao ler tantas verdades, tantas coisas que sinto.
Parabéns:

luci.ana34@hotmail.com

09 junho, 2010  
Anonymous Anônimo said...

Quem nunca te leu, precisa te ler!
urgente!!!!

Abraçção, cara!
Vagner

09 junho, 2010  

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